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Aventura na CHINA (ARWS)

Depois da Expedición Guaraní, os pés começaram a coçar… e fui em busca de um novo desafio para a equipe. A escolhida foi a ALTAY X Trail Expedition China na região de extremo norte da China onde faz fronteira com a Rússia, Mongólia e Cazaquistão.

Como conseguimos fechar o time muito em cima da hora, conseguimos uma passagem aérea com bom preço, porém com vôos com várias escalas.

Então a Aventura ficou dividida em 3 capítulos. O Primeiro seria a ida pra China, o segundo o evento na China, e o terceiro a volta para casa.

Os meus parceiros de Aventura, foram Alexandre Rossi de Getúlio Vargas (RS), Aline de Souza de Florianópolis (SC) e Daniel Pincu de Neuquén (Patagonia, Argentina).

Capítulo 1

O Alexandre foi a minha casa, e de lá fomos juntos de ônibus até São Paulo. Em São Paulo, fomos ao Aeroporto de Guarulhos, e passamos o dia lá esperando nosso vôo que decolou a uma da manhã de terça feira ( dia 30 de maio).

No aeroporto nos encontramos com Pincu que veio de sua casa na Argentina que já havia pegado dois vôos. E a Aline que veio de Brasília, onde estava a trabalho.

Fizemos todo o despache de bagagem, e quando íamos passar portão de entrada de área internacional, vimos que o Pincu tinha um ticket diferente e a Aline e ele foram resolver. Chegando lá os caras quiserem cobrar 100 dólares de cada um por excesso.

Despache de bagagens em SP!

Enfim, tivemos que pagar, e pronto.

Embarcando, pegamos o Ethiopia Airlines, que iria fazer uma parada em Togo para reabastecer a aeronave, e depois ir a Adis Baba , capital da Etiópia. Lá ficamos umas 5 horas parados e resolvemos ficar no bar comendo uma pizza.

De lá fomos a Pequim. Em Pequim, fizemos o que tinha que fazer, que era pegar as bagagens, e refazer o despacho. No fim o tempo passou voando e só deu para fazer esse processo mesmo.

De Pequim, voamos para Urumqi, onde lá passamos a noite( umas 4 horas) num hotel no centro da cidade. Cidade gigante com mais de 1 milhão de habitantes.

E bem cedo pela manhã demos uma caminhada pela cidade e já compramos um pouco de comida para a prova. Logo voltamos ao aeroporto de táxi e fomos parados pela polícia, e o problema que estávamos em cima do laço para chegar no nosso Shuttle. No fim deu tudo certo, pois a organização estava esperando um casal que chegava de avião naquele momento.

Então mais uma viagem para chegar no destino final... Urumqi à Kanas. Onde ficaríamos no Hotel até o início da prova. 13 horas depois, enfim, chegamos à Kanas, lugar lindo de campos verdes nas montanhas!

Capítulo 2

Passamos os próximos dias em Kanas, comprando comida, trote pelos campos, teste das bikes usando o reboque. Até dia 4 onde tivemos a checagem de equipamentos, reunião técnica, fotos, organização de comida e roupa nas caixas.

A comida do hotel, sempre foi a mesma pela manhã, meio dia e a tarde então nos últimos dias estávamos saturados de comer a mesma comida. Enfim, passamos pelo teste e na segunda de manhã embarcamos num ônibus, e fomos rumo a Kanas Lake que era uma vila que ficava a 30km dali e onde seria a largada dos 550km de Corrida de Aventura.

Todos prontos, e ali largamos com 3km de Corrida, rumo ao lago para fazer a transição para o kayak de 25km. Fizemos algumas ultrapassagens e saímos cansadinhos do caiaque na 10°posição.

Pegamos mais 12,5km de rafting, onde remavamos num barquinho de brinquedo de pescaria, sem furos de retorno para água.

Demos uma virada, que depois concluímos que foi minha inexperiencia com Rafting. Foi um momento de adrenalina para a Equipe, pois a Aline passou uns 5 segundos presa debaixo da embarcação e com 3 tentativas de puxada consegui puxa-la para fora. E com isso o próximo passo foi desvirar o bote, pular dentro e puxar todos para cima. Até que nessa parte né me sai bem!(rsrs) Mas foi tenso esse momento.

Depois disso tivemos que parar na margem e organizar o barco onde ficou avariado e cheio de água. Começamos a debater com muito frio, mas a nossa sorte que ali batia um solzinho para nos aquecer!!

Terminamos o rafting pela 16ª posição, fizemos a transição, e fomos para o trekking de montanha, onde de cara na subida pegamos ventos fortes da tempestade que estava passando e necessitamos pôr o abrigo de corta vento de jaqueta e calça.

Depois de pegar o PC mais alto da prova (2550m), pegamos a noite, e onde reultrapassamos algumas equipes terminando o trekking em 14°.

Nessa transição, pegamos a bike, para pedalar mais de 200km, com perdida e mudança de trajeto por causa de enchente deu exatamente 275km.

A primeira parte subimos uma montanha, onde a parte final era quase impossível subir a pé. Como era pela manhã, tivemos um ataque de mosquitos nos lindos campos de flores.

Depois disso tivemos um alucinante downhill em single track todo pedalável. Foi animal!

E quando alcançamos o pc, fomos convidados por uns moradores e polícias para um almoço e ainda após, uma soneca em camas após a refeição.

Depois dessa, pedalamos fortes e subimos os montes, e depois baixamos por umas estradas , onde haviam mais ou menos 10 rebanhos de diferentes animais ( ovelhas, cabras, vacas, camelos, cavalos) sendo tocados montanha acima por seus pastores. Tivemos que parar as 10 vezes na descida e passar com cuidado por esse rebanhos.

Baixando essa montanha, paramos num bar, nos reidratamos e fomos para 11km de subidas intermináveis debaixo de sol quente.

Chegamos na metade da pernada onde tínhamos uma parada obrigatória de 2 horas, onde comemos o tradicional “Nudos” ( massa caseira feito com uma técnica tradicional) e dormimos 3 horas. E saímos para um pedal alucinante na noite. Pegamos um cânion, e por ele fomos pedalando e descendo o Riozinho que o cortava. Foi um trecho mágico. Nunca tinha feito nada igual. Logo amanhecendo dentro desse longo cânion, saímos e fomos para o deserto, onde por pouco não pegamos uma gigante tempestade de areia. O que nos restou foi ficar com os fortes ventos.

Nesse deserto dei uma errada que custou 2 horas para nós. Peguei um caminho que não estava no mapa que levava um pouco ao noroeste, quando tínhamos que ir ao nordeste. Para não arriscar muito voltamos onde eu sabia que tinha um ótimo ponto de referência em vez de atacar de onde eu não tinha totalmente certeza de onde eu estava. Voltando ao ponto de referência (que era um lago) rapidamente fomos para o PC e assim seguimos a prova. Passamos por uma cidade onde tinha um cheiro horroroso e nojento, porém bonita. Nesse ponto passamos pelas Top 3 que estavam já voltando do Trekking, já que haviam cortado a canoagem pelos fortes ventos que haviam na região.

Esse final de bike, foi longo e penoso pois pegamos 50km contra o vento, e andávamos a 10km/h e quando as vezes o vento vinha de lado e tínhamos que pedalar inclinados contrato vento ( isso foi cômico e perigoso ao mesmo tempo por estarmos andando ao lado de uma rodovia já que o trecho original da prova havia sido desviado por causa de uma enchente).

Finalmente chegando a transição para o trekking , entramos numa tenda de Kazaquis, e fizemos toda nossa transição ali, comida, sono, mudamos de roupas. Uma hora depois saímos para o trekking avisados que iríamos pegar uma forte tempestade onde baixaria bem a temperatura com risco de granizo. Enfim fomos para o trekking um pouco apreensivos, pois também nos avisaram que a navegação norturna estava difícil. E assim fomos, colocamos roupas para se proteger dá tempestade, e nesse momento encontramos com um bicho bem exótico onde nenhum de nós tínhamos visto. Um roedor com tamanho de um rato, jeito de coelho (braços menores que as pernas) e um rabo longo e pelado usando como se fosse um macaco com uma perna de 5° apoio. Inusitado para mim esse momento sendo que o Alexandre pegou ele na mão. Parecia ser bem docio o bichano.

Para encontrar o primeiro PC do Trekking, demos de cara numa vila de tendas de kazaks onde uma mulher assustada saiu com um facão da tenda e também saiu um homem de cueca de outra tenda , ambos com medo que fossemos fazer algo de mau ( não era de se esperar por menos, afinal eram 1 e pouco da manhã). Aos poucos fomos se afastando e fomos em direção certa ao PC. Batemos no PC, e fomos ao próximo onde a menina sul africana falou que era muito difícil de achar o PC. Fui realmente ligado nessa parte, cheguei ao topo do morro, e naveguei por um km em uma direção, e depois mais 10 minutos em outra, batendo a 50 m do PC. Isso que eu chamo de precisão em um mapa de 1:100000 num lugar onde há vários montes pequenos onde não aparecem no mapa, e a imaginação 3D Ultra além do alcance precisa trabalhar... Hehehe.

Depois dessa pegada , amanhaceu e dormimos por 10 minutos para dar uma pequena recuperada para atacar o próximo PC. Atacamos ele muito cedo e viemos buscando ele por fora de trilha. Mas não demos nenhuma perdida para encontrá-lo.

Indo para o último PC desse trekking, encontramos uns bichos bem interessantes, parecendo aqueles que vi no filme AVATAR. Um grilo , quando parado, com asas vermelha de borboleta quando voava fazendo um ruído interessante. Pegamos esse último PC e viemos beirando o lago até a transição.

Fizemos a transição e viemos mais ou menos juntos com a equipe da Polônia, e uma hora na nossa frente havia a equipe francesa.

Claro, no meio desse pedal, pegamos chuva, vento, frio....

E a onde quase a prova foi por água abaixo, quando achei que havia esquecido o mapa na caixa. Estávamos já uma hora procurando o PC por pura intuição, numa vila residencial, que realmente era o local do PC(nessa parte só estava por pura intuição, pois não aparecia no mapa que eu tinha em mãos o PC ). Mas por sorte nosso amigo Alexandre, foi fazer o número 2 e foi pegar papel na mochila, e encontrou o bendito mapa!!! Hahahahha Cômico mas salvou a corrida toda!!

Estávamos a 4 km do PC, pegamos ele, fomos para uma parte montanhosa, onde navegação era bem difícil e consegui acertar o PC na mosca onde encontrava 500m fora da trilha.

Anoitecendo, baixamos a montanha, e demos de cara numa vila, onde fomos abordados por dois homens num carro e não nos deixaram passar, segurando nós pelos braços a força. Ficamos num clima tenso, onde os dois caras queriam levar nós na van, mas nós negamos e eles ligaram para outros amigos, e logo os dois viraram 15, e assim veio um chinês líder do grupo e começou a fazer outras ligações, queriam nosso passaporte, e nessa hora já estávamos com um dedo no yellow brick(localizador com botão de emergência que levamos junto conosco). Então conseguimos o número do telefone de emergência da organização, e eles ligaram, falaram com o organizador, e logo após nos liberaram. Nós com medo saímos a todo vapor para algum lado. Sorte que vim me localizando no mapa com todo esse rolo. Logo notei que estávamos indo para o lado errado. Com toda essa confusão, fomos parados na chuva, e então naquele momento passamos muito frio. E logo paramos para dormir num local mais ou menos protegido. Dormimos um pouco e partimos, e logo depois fomos parados mais uma vez. Agora foi a polícia. Passamos por uma guardaria e uma moto que vinha no sentido contrário, buzinou para nós. Ficamos com medo e seguimos em frente. Logo depois de uns 500m essa moto nos perseguiu e nos parou. E nos levou para a guardaria onde tivemos que fazer num check in com os passaportes ( nenhuma outra equipe precisou fazer isso, acho que o motivo foi passar pelas 3 da manhã com lanternas fortes acessas e de bicicleta assustou os policiais). Mais uma vez com frio dormimos até o amanhecer e seguimos a prova, já meio sem ritmo, seguimos para completar a prova, e esperando que mais alguém nos parasse.

Post da notícia no Facebook da ARWS (clique no link abaixo):

De dia pegamos os PCs facilmente, e subimos a última montanha da prova por um pequeno córrego que vinha rasgando e assim que íamos subindo formava um cânion. Então hora íamos por dentro e outrora por fora. Até alcançar o alto e dar num planalto em meio às montanhas onde havia uns Cazaks acampados com seus camelos. Pegamos o último PC perto de uma laje gigante de rocha e partimos para o último downhill da prova que no mapa parecia ser por uma estradinha... Exatamente, parecia. E agora vimos algo inusitado. Tínhamos que descer a montanha por um outro vale onde descia um pequeno rio ( com baixo nível de água e cheio de rochas e pedrinhas). O mais doido é que descobrimos que a estrada era realmente ali, porque um carro desceu conosco um trecho. Eu disse um carro, não escrevi errado...

Uma camionete vinha fazendo o caminho do rio, e assim que trancava, o piloto saia do carro e tirava as pedras que impossibilitava de o carro prosseguir a descida. Eu já estava ficando inacredtado fazendo canyonning de bike, mas de carro foi o suprassumo!

Enfim, terminamos o rio e batemos na cidade, deixamos as bikes no AT e fomos para chegada a pé por um km. A glória, chegamos!!!!!

Com todos os obstáculos e dificuldades que uma prova 4 dias de Aventura tem direito.

Superamos frio, calor, vento, tempestade, bote virado, chineses, políciais, 275km de bike numa pernada só... Muitas adversidades e belezas superadas nos 4 dias de prova!!!

Animal!!!

ESSA É A NOSSA VIDA!!!

Yeyehhh 😀

Capítulo 3

Opa, a Aventura não terminou. Tivemos que organizar todos os equipamentos. Dormir um pouquinho e depois a cerimônia de premiação e vídeos do evento.

Comemos um monte, nos hidratamos...

Conversamos, fizemos novos amigos...

No dia seguinte, fizemos um passeio pela cidade de ALTAY e no outro fomos rumo a Urumqi. Onde passamos a segunda feira, onde corri pela manhã sozinho e conhecendo o parque da cidade e fiquei surpreso como as pessoas praticam alguma modalidade de exercício... Badminton, Tai chi Chuan, dança, corrida, caminhada, tenis de mesa, alongamentos e solturas, meditação entre outros.

Tai Chi Chuan

Logo a tarde fui com o Pincu e corremos novamente pelo parque e também ao pé de uma montanha perto da cidade.

No outro dia pegamos o vôo de Urumqi para Pequim, e agora termino de escrever no meio desse capítulo, depois de voar de Pequim para Ethiopia (atrasou o vôo por 4 horas) e agora estamos em Lomé em Togo, reabastecimento a aeronave para ir para São Paulo. Acho que amanhã chegamos todos em nossas casas.

PARCEIROS DA
 ESSA É A NOSSA VIDA
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